segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CEVAC...

Acho que ninguém que passa por aqui conhece esse Centro. Fui estagiaria voluntaria dele na minha época de faculdade. Lembrei-me de uma paciente que tinha nessa época e acabei indo procurar na net algo sobre o Centro. Nem sabia se ainda existia, porque na época era uma briga muito grande por conta de coisas da direção...
...E sim, o Centro existe! Comecei a fuçar no blog deles e achei um video que me fez chorar muito. O titulo do post é: "Você acha que tem dificuldades? Então conheça a realidade de crianças com deficiência do interior de PE".
Gente, isso é a mais pura realidade! A gente acha que passa por problemas que não tem solução so pelo fato de não ter dinheiro pra comprar uma roupa nova, um sapato da marca tal, entre outras coisas... Problemas têm essa gente que muitas vezes não tem nem o que comer e se vira nos 30 pra conseguir um tratamento para o filho doente.
Milhares de vezes eu tive que anular consultas porque o paciente "X" não teve como vir, não tinham passagem. Muito triste essa realidade, muito triste!!!
Fico impressionada com a diferença daqui e do Brasil (Recife, que é onde eu tive maior experiência com a comunidade carente). Os deficientes daqui são muito mais desenvolvidos, mais estimulados, independentes... Andam de ônibus sozinhos, trabalham, têm uma vida social ativa (mais do que a minha até). E não estou dizendo isso pra "ilustrar" aqui, é verdade!
Certo dia estava eu no ônibus e dentro dele tinha um grupo que sempre encontro na hora que busco ou levo Marina para a creche. Uma conversa entre uma menina portadora da Sindrome de Down e uma portadora de paralisia Cerebral:
Down - Fulana, o que vc vai fazer hoje?
P.C. - Ah! Não sei!
Down - Você podia ir na minha casa pra fazermos isso e aquilo, o que achas?
P.C. - Não sei. Tenho que fazer o jantar porque minha irmã vai chegar tarde hoje.
Down - Então anota o meu telefone e me avisa. Anota! (Tirou do bolso um branquinho grande desses que é so tocar q o bicho anda.... ehhehe, e disse o telefone GRITANDO!)... Mas não da meu numero a ninguém, viu?! (Repetiu isso inumeras vezes, masssss... como assim que ela ja tinha dado a todo mundo? Huahauaha).
Antes de descer do ônibus, a "Down" disse pra mim: é uma menina? Ela é linda! (Com Marina!)... =) - Ficou brincando com ela, fazendo caras e bocas...
Você prestou atenção nessa conversa?
O que percebeu de diferente?
Estou falando de pessoas portadoras de deficiências, que foram estimuladas... e por isso conseguem:
1 - Andar de ônibus sozinhas;
2 - Ter amigos e se juntar a eles pra fazer não importa o quê;
3 - Cozinhar porque a irmã vai chegar mais tarde em casa;
4 - Usar telefones como a maioria da população;
5 - Ser gentil e simpatica com uma bebê!
Muito dificil aceitar a nossa realidade brasileira... Muito dificil depois que se mora fora.
O que fazer? A unica coisa que eu posso, vou usar as armas que tenho e continuar com meus voluntariados, somente por amor ao proximo.
E você, ja parou pra pensar no que você pode ajudar alguém?
Para os que têm interesse em procurar o CEVAC, so clicar aqui pra chegar até o blog.
Se você não mora em Recife, procure se informar sobre os Centros como este que exitam perto de você, qualquer ajuda é sempre muito valida.
Beijo grande nocês e até mais!

Um comentário:

Laura disse...

Eh Lila, a realidade aqui é bem diferente. Grenoble é a cidade mais preparada da França para pessoas com deficiências fisicas, não sei se é o mesmo caso para os com deficiências mentais (não sei se esse termo é correto!), mas certamente tem tratamentos bem avançados, profissionais qualificados e um sistema de saude consequente. Em conversas com o Tito que esta estudando psicologia, ele tem uma opinião controversa sobre o tratamento dos portadores de autismo. Segundo os professores dele, a França esta muito atrasada pois usam métodos da psicanalise que não traz resultados para a integração do autista. A comparação é feita com os métodos americanos, sobretudo da psicologia cognitiva. Acho super importante este trabalho voluntario, se não houvesse imagina o que seriam os centros abandonados no Brasil? Nossos problemas se tornam tão pequenos, né? Muito legal o que tu faz, viu? Beijos